sábado, 14 de março de 2009
Ode à Poesia - Pablo Neruda
Sinto a Poesia- Vânia Moreira Diniz
14 de Março: Dia Nacional da Poesia
Na ternura de mãos entrelaçadas,
No olhar a me falar de sentimento,
Amores Realizados
Sinto a poesia
No olhar apaixonado e faiscante,
Segredo longamente revelado,
Ansiedade desse instante.
Sinto a poesia,
No gorjeio harmonioso dos pássaros,
A sobrevoarem nossos sonhos,
Riqueza de méritos.
Sinto a poesia,
Em cada pensamento de saudade,
Enclausurado no peito em opressão,
A me privar da liberdade.
Sinto a poesia,
No equilíbrio perfeito da natureza,
Transformada na sábia energia,
A se dividir em mil formas de beleza.
Sinto a poesia,
No restabelecimento da justiça,
No entendimento do sofrimento,
Em todas as formas de acolhida.
Sinto a poesia,
Quando penso no apoio aos excluídos,
No carinho dirigido aos que necessitam,
E na ausência total dos preconceitos.
Sinto a poesia,
No sorriso de cada inocente criança,
A crescer e consolidar os conceitos,
Na esperança da verdade que avança.
Sinto a poesia,
Nas estrelas a me contarem segredos,
Na lua clareando de dourado o planeta,
E a proteger eternamente os namorados.
Sinto a poesia,
Na generosidade, compreensão e na paixão,
No beijo de nossos lábios que se unem,
E na minha mais desvairada emoção.
Vânia Moreira Diniz
http://www.vaniadiniz.pro.br/
O Carteiro e o Poeta ...
POETAS- Florbela - Michèle & além
Poetas- Florbela Espanca
Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas.
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também! (F. Espanca,do livro Trocando olhares )
* virgínia além mar ,Belo é dizer mesmo duas vezes o que é necessário.
-Empédocles-Sobre a Natureza)
Poeta-Letícia Thompson
Ser poeta é ter a capacidade de medir a alma humana, não em grandeza, mas em profundidade. É ter a facilidade de dizer em poesia o que muitos sentem, mas não sabem exprimir. É viver um pouquinho da vida de cada um, dos sonhos de cada um, das felicidades e infelicidades de cada um.
Um poeta é um ser múltiplo, mas solitário muitas vezes. É um ser só repleto de sonhos, dele e dos outros. Um poeta dói sempre em si mesmo. Ele se desnuda, quando nem todos sabem compreender a sua nudez e ele se entrega quando nem todos estão preparados para recebê-lo.
Um poeta inventa palavras, reinventa a vida. Cria sonhos que nem sempre vive.
Quando ele ama, ama intensamente; quando sofre, sofre como ninguém. Ele não conhece mais a vida que outras pessoas, mas talvez caminhe um pouquinho à frente nas adivinhações das probabilidades dos sonhos, das possíveis dores e lágrimas. E nem por isso pára no meio do caminho... ele avança, vivendo por ele, vivendo pelos outros, com todos os riscos que isso pode acarretar.
Um poeta é uma alma à parte. Não melhor, nem pior. À parte, apenas. Ele é a corôa de si mesmo, de glórias, mas também de espinhos. Ele sangra voluntariamente se a razão é o amor.
Um poeta é uma multidão em um único ser.
Letícia Thompson
contact@leticiathompson.net