sábado, 11 de julho de 2009

tempo e imaginação - creme com morangos

creme com morangos virgínia com afetuoso e agradecido abraço


E o creme com morangos ? A eles acrescento alguns suspiros reservados à ocasião. Afinal, à maturidade lambuza –se com poções de fantasia , doces efêmeras, airadas mas, com tons de eterna jovialidade como os sons de Mozart, as pinturas de Magritte e a filosofia de Nietzsche...

René Magritte, meu surrealista preferido, não era um mero pintor. Ele filosofava por meio de seus desenhos e pinturas, com motivação das interrogantes da existência do ser humano, sempre na dinâmica dos contrários entre morte e vida; luz e sombra; crença e dúvida. Com elementos simples do cotidiano, este mestre do surrealismo subvertia a ordem da realidade criando um clima poético de desconforto. Desejando que o mistério persistisse, a imagem se revelava para além da realidade, pois a chave do mistério estaria na imaginação, criação e memória. As linguagens textual e imagética se fundem nas telas de Magritte, numa justaposição de um novo sentido do espírito. Ao exercício da pintura, impunha-se também o exercício do pensamento, como se houvesse uma traição da imagem para que o pensamento sobrevivesse, afinal, o cachimbo ali exposto contradiz a própria frase: “isto não é um cachimbo” (FOUCAULT, 1983).Michèle Sato in SURREALISMO: uma rede política da vida poética

Sonho Contigo

Vânia Moreira Diniz



De ti vagarosamente me aproximo
Os passos lentos, cadenciados,
Teu olhar na penumbra contemplo,
E sinto-os doces e aquecidos.

Paro incapaz de continuar o caminho,
Petrificada por essa forte admiração,
E me refaço com extremo carinho,
Para longe escutar uma canção.

Tua coragem sinto em pensamento,
Cada gesto uma lição de amor,
Estive perto dos teus sofrimentos,
Em outro espaço que não sei dispor.

Talvez haja muito e muito tempo,
Acariciaste-me com amor extremo,
Só não avalias como foi lento,
O suceder desses momentos.

Sonhei, andei, flutuei no espaço,
Mas só enxergava teu rosto,
As mãos acariciavam meus cabelos,
E o prazer existia em nossos lábios.