quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Aquarela em Poesia- Vânia Diniz & Vania Serra


Convite
A Editora Ottoni com o apoio da Livraria cultura convidam para o coquetel

de lançamento do Livro de Vânia Diniz & Vania Serra Aquarela em Poesia


clique na capa do livre e entre no site para ler Resenha
e ver o convite de lançamento

Natureza & Inocência -Referência à AVSPE em evento A Natureza em Versos




Houve um tempo ruim, muito ruim mesmo, a aridez de sentimentos conheci, faz muito tempo mais de três décadas... Houve outros , mas sem dúvida aquele foi o pior de todos o que levou-me a recordá-lo hoje, foram as palavras da Poeta e amiga Efigenia Coutinho, Presidente Fundadora da AVSPE, palavras recebidas por E Mail , em agradecimento às mensagens postadas no Livro de Visitas da sua Academia literária -Tenho certeza, de todas as virtudes, e são muitas, existe uma que me é muito familiar, a PUREZA- Efigênia Coutinho-
Que bela maneira de reencontrar o singelo sinônimo para inocência - Pureza!
Foi então que reportei-me aos tempos tão ruins pois foi pela pureza de coração que roguei junto à mãe natureza, dirigindo-me à ela e assim ao Eterno, que tudo conhece pois está além do Tempo, talvez por ser o Próprio.
Só um coração puro (apto à respiração ampla) é capaz de acreditar na humanidade pois transforma a mente, otimiza , oxigena e permite esquecer o mal recebido por ignorância ( medo, neuroses... Sobre a origem das neuroses de angústia podem ler meu artigo na rede aqui.) .
Estar saudável é ser capaz de perdoar, deixa passar e seguir em frente na esperança de que mudanças acontecem e que todos caminhamos em direção à evolução e, que o contato íntimo com as crianças podem devolver-nos as sensações primeiras através de seu sorriso , sua respiração ampla, seu bocejo natural, a luta de seus corpos para livrar-se do mal, choram, ainda o podem! E, logo após ao choro estão aptas à novidade...
Coração Puro, portam-no os de quem ainda não conhecem o mal e seguem adiante pois projetam em torno de si a pureza que possuem e desta forma mudam a realidade não somente a sua mas a paisagem em torno de si - do que um corpo é capaz ! A pureza nos faz crer que a escuridão é apenas ausência de luz ...Recordo a mensagem do Sábio messias , talvez o único Cristão! Este em sua lucidez disse que somente os puros de coração conheceriam o reino dos céus( alegria?) e, que este reino pertence às crianças. (inocência- esquecimento- fé esperança !) Jesus de nazaré foi mal compreendido e, sobre sua mensagem amorosa e acolhedora ergueram-se juízos e torres inversas às pontes ...Novamente recorro à citação Zen- É preciso tronar-se homem para entender as palavras... Traduzindo é preciso torna-se Pessoa para compreender o sentido das palavras, despojar-se de excessiva racionalidade , seres humanos nem sempre são pessoas, pois possuem a capacidade de tornam-se, com o passar do tempo, semelhantes às coisas que produzem...

A parte criança livre em nós é naturalmente aberta à novidade , afinal nascer é estar em um novo mundo e sem desejo de nele incerir-se e adaptar-se seria impossível sobreviver... Criança no bom sentido do termo é aberta ao encanto e, busca pelo melhor. quem escolheria, em sã consciência, um mal a um bem ...? Lembrou-nos Espinosa na sua Ética. E o filósofo Nietzsche , em sua obra a Genealogia da Moral , expõe uma psicologia do cristianismo, onde é realizada uma análise do surgimento do espírito de ressentimento contra dos valores naturais e nobres. Tal análise é um primeiro passo para a transvaloração de todos os valores; Culpa, má consciência e afins: nele encontra-se uma psicologia da consciência. O ateísmo consiste em não possuir dívidas com os deuses: uma segunda inocência !

Mas por que tamanha apologia à inocência – pureza ?
Porque um corpo (peito- coração) enfermo( fechado), rígido lembra-nos mórbidez, guarda ressentimentos, não encontra-se puro, impregnado de mucosas passadas, retém palavras, expressões e impressões de vida ,assim como reteve choro e riso, aprisionou a vida. O que não circula putre-fica . Em contato com corpos em tais circustâncias estamos expostos à contaminação, são péssimos encontros dos quais só pessoas que possuem em si próprias uma quantidade excedente de energia livre, sábias( saudáveis) conseguem perceber e libertar-se, distanciar-se e reabastecer-se de fontes inesgotáveis que encontramos na natureza. Bom salientar que corpos, que estão aprisionados são vampirescos e tendem a grudar, tem dificuldade de largar. Reparem como algumas pessoas não conseguem abrir-se aos encontros fecham-se em pequenos círculos de amizade ou mesmo numa relação amorosa (?), ou a algum membro da família, numa postura nada semelhante a das crianças que logo após desmamarem anseiam por novas fontes de energia, são dinâmicas e, se deixarmos a porta aberta pegam a estrada e vão adiante conquistando o mundo, lançando-se aos devires...

Em meu Poema R E L I G A R , que integra o magno Evento da AVSPE 2009 -A Natureza em Versos, que também está publicado no VMD em minha Coluna , dedicado ao meu filho , faço referencia ao esquecimento necessário - (...) O ar limpa minha pele, o calor do sol /lava minha alma... /Então estou plena de mim estando entre e /nada mais é importante... /Esqueço-me um pouco, esqueço do que quero e por ventura quis /e do que esqueci de esquecer... ,

Alonguei-me demasiadamente e vos peço desculpas pois esta crônica principalmente trata-se de um agradecimento à vida seus enigmas com reverência às Poetas e fabulosas amigas Efigênia Coutinho , Vânia MDiniz, Eliana de Faro Valença -Poeta Princesa das Andorinhas e, à eterna Juliana Alles de Camargo e Souza, amiga dos tempos de colégio( cursamos juntas o Magistério) doutora em letras que ainda sabe ler com o coração e resguarda um olhar pungente.
Contudo o agradecimento estende-se à todos que de alguma forma acreditam e estão em busca de sua segunda inocência...
Para finalizar deixo a sentença do filósofo Gilles Deleuze;
-... a existência é culpada ou inocente? Então Dionísio encontrou sua verdade múltipla, a inocência, a inocência da pluralidade, a inocência do devir e de tudo que é....A inocência é o jogo da existência, da força e da vontade. A existência afirmada e apreciada, a força não separada, a vontade não desdobrada, esta é a primeira aproximação da existência...