quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Magia em Fortaleza -Eliana de Faro Valença – Li Andorinha


Ao escrever para uma amiga, a sintonia foi surpreendente, sua resposta trouxe a tona um mundo de sensações. Instigante como surge de uma simples palavra a mais encantada das lembranças!
Quando a amiga falou em sacada, me fez lembrar os dias que passei em Fortaleza com minha irmã e meu cunhado (pessoas de rara cumplicidade)

No vigésimo sexto andar de um apartamento em frente ao mar... Que deslumbre!
De dia acompanhava a brincadeira das andorinhas com o vento. O mais incrível...
Nem precisava olhar para cima. Tudo acontecia na mesma altura da sacada onde
me encontrava.

Elas subiam como foguetinhos rumo aos céus, paravam de bater as asas, e deixavam-se levar como folhas caindo ao sabor do vento.
Eu e minha irmã ficávamos horas e horas apreciando a divina brincadeira. Tão hipnotizadas ficamos, que não nos lembramos de gravar ou filmar. Tudo era muito mágico, sentia minha alma junto a elas voando.

De noite o encanto vinha das águas. Deixava sempre a porta da sacada aberta, para ouvir o canto e o cheiro do mar que o vento trazia. Parecia que ele me contava o quão sublimes são os sonhos compartilhados.

Momentos de iluminada cumplicidade, que me fizeram perceber com clareza, como precisamos de tão pouco para viver feliz!

Assim em meio a todo esse encantamento eu adormecia como uma criança realizando seus mais antigos desejos de alegria Pois estava pertinho do mar, das andorinhas, de pessoas irmãs de sangue, de alma, coração e poesia! -

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

rastros do despertar


pérola rubra surge no horizonte
nas siluetas recria o despertar
lentamente reclamando seu olhar
e o esquecimento da noite distante
a cidade emerge flutuante
lenta como as contas de um colar
alguns nos braços do amante
outros à sós e as horas a contar
de rubro ao dourado abre-se a fonte
jorra entre os altos prédios
a luz e o calor do grande astro
a relva úmida das praças é remédio
promessa de cura à ausencia de ponte
entre homens manhãs peroladas deixam rastros...
* virgínia além mar